Prosul: Entenda como deve funcionar novo bloco de países sul-americanos
Na última sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao lado de líderes de outros 7 países sul-americanos, assinou o tratado para a criação do Prosul (Foro para o Progresso da América do Sul).
Além de Bolsonaro, participaram da reunião os presidentes Mauricio Macri (Argentina), Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Martín Vizcarra (Peru), Lenín Moreno (Equador) e o embaixador da Guiana, George Talbot.
Representantes da Bolívia, Uruguai e Suriname também estavam presentes no evento, mas não assinaram o documento.
No Twitter, Bolsonaro afirmou que o Prosul será o oposto do que foi observado com a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), uma coalizão formada em 2008 pelos governos de esquerda que começou com 12 países, mas hoje só tem apoio da Bolívia, Suriname, Guiana, Uruguai e Venezuela.
Ontem em Santiago lançamos as bases para um novo espaço de diálogo e integração da América do Sul: o PROSUL. Os principais pilares serão a democracia, a prosperidade e o respeito às soberanias, opostos ao avanço totalitário observado no continente nos últimos anos com a UNASUL.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 23, 2019
Durante a reunião da cúpula em Santiago, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou que o Prosul funcionará como uma coordenação dos países “sem burocracia excessiva”.
“Queremos criar um fórum de diálogo. Um fórum sem ideologias, sem burocracias, franco e direto com democracia e [preservação dos] direitos humanos”, disse Piñera.
A Venezuela não foi convidada para o evento. Segundo o presidente chileno, “ser uma democracia” é o único requisito para que um país entre no bloco. O Prosul não abrigará o país enquanto Nicolás Maduro estiver no poder.
O Chile deve liderar a iniciativa em suas primeiras etapas, que deve durar um ano e, posteriormente, o Paraguai vai presidir o bloco.
Prosul x Unasul
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que os países que atualmente integram a Unasul, incluindo o Brasil, deverão deixar o bloco de forma conjunta nas próximas semanas.
De acordo com o porta-voz da Presidência da República, o general Otávio Rêgo Barros, a nova comunidade de países é um marco para a cooperação e integração regional.
“O propósito é criar um um novo marco, o Prosul, para melhor coordenação, cooperação e integração regional, livre de ideologias, aberto a todos e cem por cento comprometido com a democracia e os direitos humanos, conforme indicou o presidente chileno Sebastian Piñera”, afirmou.
O Prosul será formado por 12 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Costa Rica, Nicarágua, Panamá e República Dominicana.
Prosul é o destino?
Não é a primeira vez que o Brasil assina acordo para a criação de um bloco sul-americano. Antes do Prosul, já houve outras tentativas de fazer com que os países se integrassem
O Mercosul (Mercado Comum do Sul) foi criado em 1991. A Alca (Área de Livre Comércio das Américas) foi proposta em 1994. A Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em 2008. O Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) existe desde 2010. E a Aliança do Pacífico, formada pelo Chile, Colômbia, México e Peru, atua desde 2011.
Entre os especialistas, ainda não é consenso que a formação do novo bloco seja exitosa. O Prosul chegou a ser comparado com o Unasul “de signo ideólogico trocado”.
(Com informações da Agência Brasil.)