FGV revela que mulheres infectadas pelo Zika vírus estão imunidade à doença
As mulheres e crianças que já foram infectadas pelo vírus Zika podem desenvolver imunidade à doença, de acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Os pesquisadores detectaram que 80% dos 100 pacientes analisados ficaram imunes depois de serem submetidos à infecção. As crianças que nasceram em 2016 e vêm sendo acompanhadas desde então junto às mães pela UFF e pela Fiocruz. Segundo a pesquisadora da Fiocruz Luzia Maria de Oliveira Pinto, a partir de 2018, elas começaram a ter o sangue coletado e analisado para entender a resposta do sistema imunológico delas a uma nova exposição ao vírus. A ideia era entender se as pessoas que foram contaminadas com o vírus teriam adquirido imunidade.
Além do acompanhamento laboratorial desses 100 pacientes, a UFF também faz o acompanhamento clínico de mais de 260 crianças infectadas pelo vírus que nasceram na região de Niterói. O objetivo, segundo a pesquisadora da UFF Claudete Araújo Cardoso, é verificar se elas desenvolvem alguma doença ou complicação ao longo dos cinco primeiros anos de vida. Nesse acompanhamento, os pesquisadores verificaram, por exemplo, que alguns bebês que nasceram aparentemente saudáveis desenvolveram um quadro de microcefalia de três a seis meses após o parto. Claudete explica que o fenômeno já havia sido constatado em 13 crianças do Nordeste e foi confirmado agora em seis crianças que estão sendo acompanhadas pela UFF. “Esse é um alerta que a gente passa para a população: se nasceu durante uma epidemia ou a mãe teve manchas na pele durante a gravidez, tem que ser feito um acompanhamento criterioso na rede básica, no posto de saúde”, disse.