Candeias Educação: Feira de Livros e Webgincana literária vira estratégia para atrair alunos para as aulas online. Confira!

Com quase 200 livros lidos em um mês, a leitura é a grande aposta da escola rural para garantir a participação dos alunos durante a pandemia.

Uma feira de livros (FLE – Feira de Livros Esperançar) juntamente com uma Webgincana Literária para mobilizar a comunidade escolar e fazer com que alunos mantenham-se ativos nas aulas onlines durante a pandemia, é a aposta da Escola Municipal Argentina Castelo Branco, situada na área rural de Candeias-Ba, tanto para estimular os jovens que estão online, quanto para resgatar os alunos remotos. O tema da feira alude ao centenário de Paulo Freire que é tema central das escolas municipais neste ano de 2021, conforme proposto pela Secretaria de Educação.
Para garantir a efetiva participação nas aulas onlines, a Feira de Livros e a Webgincana mobiliza toda a comunidade escolar em torno de leituras tanto de livros físicos, distribuídos pela escola nas comunidades a partir de uma rede colaborativa, que conta com as escolas do entorno, quanto de livros virtuais, em PDF. Todo processo é acompanhado pelos professores durante as aulas onlines, via googleforms e fichas impressas, no caso dos offlines. A webgincana literária, por sua vez, constituiu-se uma ação dentro da feira e foi realizada durante a semana da criança.

Mas o grande ápice da FLE ocorreu no último dia 11/11, com a realização da live com as produções feitas pelos estudantes, a partir dos livros lidos, mediadas por especialistas das áreas de conhecimento abordadas durante as redes de leitura. Foram 03 ciclos temáticos ou redes de leitura: Literatura é Inclusão, Literatura é Diversidade e Literatura é Identidade.

Mobilização e Redes de Leitura

A ideia de mobilizar os estudantes e respectivos pais segue o princípio geral da Escola Argentina cuja equipe docente, liderada pelo trio gestor Marolina Viturina (diretora), Nildete Ramiro (vice) e Rosana Rios (coordenadora pedagógica) acredita na força das suas comunidades para a inovação social e transformação nos seus territórios. Deste modo, os professores selecionaram os livros e organizaram as redes de leituras por blocos temáticos, nas palavras da Professora Cleide de Figueredo (arte) “uma iniciativa ousada e desafiadora, possível graças ao empenho de uma equipe bem preparada, juntamente com o compromisso e envolvimentos dos alunos, pais e familiares”, palavras essas ratificadas pelos Professores José Reis(matemática): “pra mim foi algo inédito, muito bom. Livros digitais disponíveis e gratuitos” e Bárbara Reis: “muito feliz de fazer parte deste momento…parecia impossível…mas se torniu uma realidade inédita, online e ao mesmo tempo presenciar nossos alunos lendo tantos livros em pouco tempo…viajamos sem sair de casa… uma conquista para ser escrita e reescrita em nossas vidas literárias”.

Na primeira rede de leitura, mediado pela Dra Monica Loiola, os estudantes leram diversos contos de fadas inclusivos, tais como “O Segredo de Rapunzel” e “Pinóquio das Muletinhas”. Com mediação da Dra. Fabrícia de Jesus, o segundo ciclo temático contou com releitura dos livros Flicts e “Comigo não, camaleão”, que destacam o valor das diferenças e da diversidade. Por fim, ao debater o tema Literatura para Identidade, as escritoras Jovina Souza, Ariane Sodré e Gleide Freitas deram o tom da cor, com seus textos potentes, de resistência e empoderamento negro.

Um dos grandes momentos da FLE foi a participação da Dra. Neide Santos, educadora musical, com o coral “Um canto em 3 cantos” que espalhou “pétalas de rosas sonantes” por toda live, como definiu tão belamente a coordenadora Rosana Rios. A parceria com a Secretaria de Educação, cuja secretária Fidélia Gomes tem apoiado ativamente as ações da escola, foi fundamental para o êxito do projeto cujo envolvimento tem sido um dos grandes diferenciais: “participar foi muito bom, muito divertido…cada um contribuiu como pôde, com conhecimento da leitura, com brincadeiras…eu amei… ameia gincana, amei a feira de livro…” Daniela Souza, mãe da estudante Elisângela Souza, 6º Ano.

Quase 200 em 30

Desde o início da FLE, os estudantes já leram quase 200 livros, com a participação ativa dos pais: “… nunca tinha participado de uma gincana online nem de uma feira de livros… Ler tanto livro foi bom, às vezes meio difícil, mas gostei muito” – aluna Rebeca Silva, 6º Ano.

Para atrair os jovens para a leitura, foram organizados games diversos a partir dos livros e produções de vídeos autorais com releituras das obras lidas, tudo orientado pelos professores, em uma perspectiva interdisciplinar. Entretanto “a busca ativa por alunos de volta à escola e o estímulo à leitura é o foco principal da FLE”, destaca a diretora Marolina Viturina, que também atribui o êxito da ação à rede colaborativa com as escolas parceiras das demais comunidades rurais da localidade, um exercício vivo do que pregou Paulo Freire, afinal “esperançar é ir, não desistir…

Bahia Noticia

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