Já no índice geral do Ideb, a nota do ensino médio da rede estadual é a quarta pior do Brasil, ao lado de Alagoas e Maranhão (ambos também com 3,5). O desempenho da Bahia só é melhor que o do Amapá (3,1), Pará (3,0) e Rio Grande do Norte (2,8). Em relação a 2019, o estado aumentou apenas três décimos.
O resultado, contudo, foi mascarado em função da aprovação automática adotada em meio à pandemia da covid-19, segundo alertam especialistas em Educação. Neste período, houve a orientação às redes de ensino para não reprovarem os alunos durante o fechamento das escolas. O que gerou distorção no Ideb.
Para chegar à nota final, o índice combina taxas de aprovação com a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) em português e matemática. No caso da Bahia, mesmo com a diretriz para a não reprovação dos alunos, o avanço foi de apenas três décimos, enquanto a aprendizagem das duas disciplinas caiu cerca de um décimo e meio.
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães de Castro, alertou para eventuais distorções durante a divulgação dos dados. “A comparabilidade com anos anteriores deve ser evitada, porque os resultados foram impactados pela mudança na aprovação dos estudantes. Essa mudança seguiu um parecer do CNE, que recomendou a promoção dos alunos para evitar que fossem ainda mais prejudicados. Isso, com certeza, afeta o indicador”, afirmou.
Em nota, o Instituto Unibanco diz que a medida tem impacto direto sobre as taxas de aprovação e, consequentemente, no resultado do Ideb. “Verificar o quanto decisões operacionais das redes podem ter inflado os dados de aprovação é crucial para uma melhor compreensão dos resultados de 2021”, informou o instituto, em nota.
Fonte; Correio24oras