Irã: Condenado à morte ex-vice-ministro da Defesa acusado de espionagem
Mizan não esclareceu quando foi declarada a sentença de Akbari, que tem dupla nacionalidade, britânica e iraniana, e que foi detido há três anos.
O condenado recorreu da sentença ao Supremo Tribunal Federal, que rejeitou o recurso.
O Ministério do Interior iraniano descreveu Akbari “como um dos casos mais importantes de infiltração” da segurança do país persa.
O anúncio desta sentença de morte ocorre numa altura em que o Irão está a ser abalado por uma vaga de protestos, na sequência da morte de uma jovem iraniana curda que estava sob custódia policial.
Mahsa Amini, de 22 anos, foi agredida e detida na rua em Teerão a 13 de setembro pela chamada polícia da moralidade (responsável pelo cumprimento do rígido código de vestuário feminino), porque embora envergasse o obrigatório ‘hijab’ (véu islâmico) este deixava à vista parte do seu cabelo. Horas depois de detida, foi transportada em coma para um hospital, onde morreria três dias depois.
Entretanto, os protestos dos últimos meses assumiram maiores dimensões e evoluíram, reivindicando agora o fim do regime teocrático designado como “República Islâmica”, fundado em 1979 pelo ‘ayatollah’ Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que nesse ano depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.
Teerão tem acusado os Estados Unidos, Israel, Reino Unido, França e Alemanha de estarem por trás dos protestos, nos quais quase 500 pessoas morreram na sequência da repressão policial.
Pelo menos quatro pessoas foram executadas por alegado envolvimento nas manifestações e 17 foram condenadas à morte.
Segundo a Amnistia Internacional (AI), o Irão é um dos países que mais executa pessoas.
Em maio do ano passado, a organização denunciou que o Irão registou, em 2021, o número de execuções conhecido mais alto desde 2017, indicando que o país tinha executado pelo menos 314 pessoas, uma subida em relação às, pelo menos, 246 mortes em 2020.
Fonte:mundoaominuto