Vice-presidente da Colômbia denuncia plano de atentado com explosivo

vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, primeira mulher negra a assumir o cargo, denunciou, nesta terça-feira (10), um plano para atentar contra a sua vida com um explosivo, que foi desativado por sua equipe de segurança. Antes de assumir o cargo, em 2019, ela já tinha sido alvo de uma tentativa de assassinato por causa de seu ativismo ambiental.

“Integrantes da minha equipe de segurança encontraram um artefato com mais de sete quilos de material explosivo na via que leva à minha residência familiar”, no sudoeste do país, denunciou Márquez em sua conta no Twitter. O artefato “foi destruído de forma controlada por especialistas em explosivos da polícia”, acrescentou a vice-presidente, que descreveu o fato como “uma nova tentativa de atentar contra a minha vida”.

de segurança, em um país marcado pelos assassinatos políticos. Cinco presidenciáveis foram mortos durante o século 20.

No fim de maio do ano passado, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, a então candidata foi marcada por uma mira a laser durante um ato público de campanha e sua equipe de segurança pulou no palanque para protegê-la com escudos blindados. Um jovem de 18 anos se entregou às autoridades, explicando ter apontado para Márquez com uma mira a laser que comprou na internet.

Em agosto do ano passado, poucos dias após assumir o poder, um veículo da comitiva presidencial foi alvo de um ataque a tiros, enquanto circulava por uma rodovia no nordeste do país. Um membro da comitiva foi retido e liberado horas depois por um grupo armado ainda não identificado.

A vice também tem sido alvo de uma enxurrada de insultos racistas desde que assumiu o cargo. Em setembro do ano passado, o Ministério Público abriu uma investigação contra uma mulher que chamou Márquez de “macaca” durante manifestação de opositores.

Nascida em uma família pobre, Márquez foi mãe solteira aos 16 anos, fugiu de sua terra sob ameaças de morte, fez faxina para sobreviver e estudou Direito antes de entrar para a política.

Região conturbada

O explosivo foi encontrado em um dos departamentos (estados) mais violentos da Colômbia. Dissidentes das Farc, que não assinaram o acordo de paz, e guerrilheiros do ELN – a última guerrilha reconhecida do país – disputam a receita do narcotráfico no Cauca, onde os cultivos de folha de coca, principal ingrediente da cocaína, são abundantes. Os dissidentes integram o cessar-fogo bilateral de seis meses, anunciado por Petro na véspera do Ano-Novo.

Em um primeiro momento, o anúncio de trégua incluiu o ELN, mas os rebeldes deste grupo desmentiram o governo na semana passada, alegando que o cessar-fogo não fez parte da primeira rodada de negociações de paz que celebram com delegados do Executivo em Caracas. Em resposta à negativa do ELN, o governo ordenou a retomada da perseguição contra os 3.500 guerrilheiros que integram a organização, segundo estimativas independentes.

Fonte:G1

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