EUA derrubam suposto balão espião chinês no oceano
As autoridades pretendiam cronometrar a operação para que pudessem recuperar o máximo possível de destroços antes que afundassem no oceano. O Pentágono havia estimado anteriormente que qualquer campo de destroços seria substancial.
O balão foi avistado na manhã de sábado sobre os estados da Carolina do Norte e da Carolina do Sul ao se aproximar da costa atlântica.
Em preparação para a operação, a Administração Federal de Aviação (FAA, sigla em inglês) fechou temporariamente o espaço aéreo na costa dos estados, incluindo os aeroportos de Charleston e Myrtle Beach, na Carolina do Sul, e Wilmington, na Carolina do Norte. A FAA estava redirecionando o tráfego aéreo da área e alertou para atrasos devido às restrições de voo.
Os Estados Unidos derrubaram no sábado (4) um suposto balão espião chinês na costa dos estados da Carolina do Norte e do Sul depois que o equipamento atravessou locais militares sensíveis em toda a América do Norte e se tornou o mais recente ponto crítico nas tensões entre os EUA e a China.
Uma operação estava em andamento nas águas territoriais dos Estados Unidos no Oceano Atlântico para recuperar os destroços do balão, que voava a cerca de 60 mil pés e tinha o tamanho estimado de três ônibus escolares.
O presidente Joe Biden havia dito aos repórteres no início do sábado que iriam “cuidar disso”, quando questionado sobre o balão. Mais tarde, disse a repórteres que foi informado sobre o balão na quarta-feira (1º) e que pediu para que o objeto fosse derrubado “o mais rápido possível”. O Pentágono então esperou o momento mais adequado para derrubá-lo sobre o mar. “Quero parabenizar os pilotos que cuidaram disso”, completou o presidente norte-americano.
A Administração Federal de Aviação e a Guarda Costeira trabalharam para limpar o espaço aéreo e a água abaixo do balão quando ele alcançou o oceano.
Imagens de televisão mostraram uma pequena explosão, seguida pelo balão descendo em direção à água. Jatos militares dos EUA foram vistos voando nas proximidades e navios foram posicionados na água para montar a operação de recuperação.
A Guarda Costeira também aconselhou os marinheiros a deixarem imediatamente a área por causa das operações militares dos EUA “que apresentam um risco significativo”.
Biden estava inclinado a derrubar o balão sobre a terra quando foi informado pela primeira vez na terça-feira, mas as autoridades do Pentágono desaconselharam, alertando que o risco potencial para as pessoas no solo superava a avaliação dos possíveis ganhos da inteligência chinesa.
A divulgação da existência do balão nesta semana levou ao cancelamento de uma visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Pequim, marcada para domingo, para conversas com o objetivo de reduzir as tensões EUA-China. No sábado, o governo chinês procurou minimizar o cancelamento.
“Na verdade, os EUA e a China nunca anunciaram nenhuma visita, o fato de os EUA fazerem tal anúncio é assunto deles e nós respeitamos isso”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em comunicado na manhã de sábado.
Fonte:g1