Caçada a envolvidos em mega-assalto já dura 11 dias e mobiliza 5 estados
Policiais de cinco estados estão mobilizados há 11 dias em uma caçada a uma quadrilha especializada em mega-assaltos. Os criminosos atacaram um quartel da PM e roubaram uma empresa de transporte de valores no interior do Mato Grosso.
O que aconteceu
Cerca de 350 agentes participam das buscas. A operação conta com o apoio de policiais do Mato Grosso, Tocantins, Pará, Goiás, Minas Gerais e até da Polícia Federal.
A ação começou quando criminosos explodiram carros e atearam fogo no quartel da PM de Confresa (MT), em 9 de abril. Após o ataque, o grupo invadiu uma empresa de transportes de valores e espalhou explosivos pela cidade, que foram desativados.
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Segundo a polícia, nada foi levado. O grupo não conseguiu acessar o local onde estava o dinheiro após duas horas e decidiu fugir antes da chegada das forças de segurança.
Ao menos 30 pessoas participaram da ação, segundo a polícia. O ataque teve apoio de uma facção criminosa, ainda conforme as investigações.
A quadrilha planejou fugas por terra, água e ar. Em carros blindados, os criminosos percorreram 160 km até a cidade de Santa Terezinha (MT).
O grupo então entrou em duas embarcações no rio Araguaia para cruzar a divisa com Tocantins. Mas os integrantes da quadrilha foram surpreendidos por policiais no estado vizinho. Depois disso, alguns deles invadiram uma fazenda para tentar fugir em um helicóptero
Nos últimos dias, policiais têm entrado em confronto com os criminosos em um perímetro de 50 km na área rural na cidade de Piuim (TO). Seis suspeitos morreram em meio aos tiroteios —quatro deles foram abatidos em um tiroteio nesta terça-feira (18). Um outro suspeito foi preso
Os policiais apreenderam metralhadoras capazes até de abater helicópteros. Também foram localizados fuzis de outros calibres, farta quantidade de munição, coletes balísticos e até capacetes à prova de balas.
Foi uma ação bem organizada por criminosos que tinham até arma antiaérea e equipamentos usados por quem está preparado para uma guerra. Eles invadiram uma cidade, enfrentaram as forças de segurança e causaram terror à população.”Evaldo Gomes, delegado da Polícia Civil do Tocantins
A polícia está mobilizada. Contamos com uma base de operação, com aeronaves para sobrevoar a região, embarcações e temos feito incursões por terra. Também contamos com vários pontos de bloqueio reforçados nessa operação.”Thiago Monteiro Martins, major da PM do Tocantins
Como grupo age e o que a polícia descobriu
Os criminosos adotam a tática de “domínio de cidades”. A ação é um avanço em relação ao “novo cangaço” por ser mais perigosa e planejada. Essas quadrilhas contam com armas de grosso calibre, explosivos e veículos blindados para enfrentar as forças de segurança.
O ataque em MT foi planejado por 2 anos e teve um investimento de mais de R$ 2 milhões. A informação foi obtida junto a fontes ligadas à investigação com base no relato de Paulo Sérgio Alberto de Lima, o suspeito preso.
Os criminosos ficaram por cerca de 15 dias em casas alugadas no interior do Pará antes de atacar Confresa (MT). Segundo agentes que apuram o caso, foi onde a quadrilha preparou os últimos detalhes para colocar o plano em prática.
Os suspeitos mortos já identificados vieram de São Paulo para cometer o crime
Fonte:UOL