Escola de Saúde Pública de Salvador e museu em homenagem a Maria Odília serão inaugurados em dezembro; saiba mais
Escola de Saúde Pública de Salvador (ESPS) e o museu em homenagem a Maria Odília Teixeira, a primeira mulher negra formada em Medicina no Brasil, já têm previsão para inauguração. Ambos equipamentos serão instalados e vão funcionar na antiga sede da Faculdade Dom Pedro II, no bairro do Comércio.
A entrega do novo espaço de saúde deverá acontecer até o próximo dia 15 de dezembro na capital baiana.
A informação foi antecipada ao Bahia Notícias pela secretária de Saúde e vice-prefeita de Salvador, Ana Paula Matos. Em entrevista exclusiva à reportagem do BN, a titular da SMS disse que a ideia era que a entrega do espaço acontecesse no dia 11 de dezembro, porém por conta de incompatibilidade na agenda do prefeito Bruno Reis, o período da inauguração precisou ser alterado.
“A inauguração será até dia 15 de dezembro. A gente queria dia 11, mas o prefeito está com outras agendas, porém no mais tardar 15 de dezembro a gente estará inaugurando. Estive lá essa semana vendo o final da obra, já tem muita coisa montada e terminada”, explicou.
A gestão da unidade, que será de responsabilidade da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Saúde, poderá contratar ou fazer parcerias com instituições de ensino, para oferecer cursos de pós-graduação.
“A gente pode fazer algumas questões compartilhadas. Podemos contratar um curso de pós-graduação, um curso de mestrado, uma especialização técnica, Nossos servidores estão sonhando e construindo isso e estarão nessa coordenação. Teremos uma gerente nessa escola de saúde pública, que vem de fato para ser um mais um elo e interlocução dos nossos profissionais com o que tem de melhor da educação. Vamos fomentar essa educação para os estudantes e também para o nosso próprio corpo. O que eu puder fazer de parceria com as universidades, farei”, observou.
A secretária revelou ainda que a área da escola vai contar com uma educação avançada de tecnologia, laboratórios para capacitar profissionais na área de urgência, emergência e de saúde bucal, além de recursos tecnológicos.
“A gente vai ter lá um auditório, um laboratório de urgência e emergência e também um laboratório de atenção primária com a questão inclusive da saúde bucal. As salas terão uma estrutura de equipamentos que é móvel, possibilitando com que se tenha outros tipos de sala […]. Vai ter um sistema de transmissão não só de de educação à distância, mas no laboratório eu posso estar transmitindo para as pessoas que estão na sala de aula”, disse.
Outra novidade é que as salas de professores da ESPS vão receber o nome de cada distrito sanitário de Salvador, conforme contou Ana Paula ao BN.
“Cada sala vai ter o nome de um distrito sanitário da cidade e eu achei a coisa mais linda que os profissionais colocaram a sala dos professores como distrito da Liberdade, até como algo muito simbólico. Será um um local que marca. […] Agora a gente vai ter um espaço adequado, com os laboratórios para pensar e fazer essa saúde de qualidade na Bahia”, pontuou.
ESTRUTURA DO MEMORIAL
O memorial interativo, que funcionará na parte inferior do prédio, ficará na entrada do local. O equipamento vai prestar honrarias e homenagens a Maria Odília Teixeira, sétima mulher graduada pela Faculdade de Medicina da Bahia e primeira negra a se formar na profissão no Brasil.
A médica era filha do também médico José Teixeira e foi a primeira professora negra da Faculdade de Medicina da Bahia. As homenagens para Maria Odília no memorial vão reunir audiovisual, gravuras e alguns registros da médica.
“É um prédio histórico muito bonito. No salão principal da entrada vai ser o memorial para marcar a história da primeira médica negra do Brasil que é baiana. A gente vai ter um equipamento com audiovisual. O espaço é pequeno, mas neste equipamento vai ser possível acessar essa história. Vamos ter algumas gravuras dela, não vai ter foto por um pedido da família, já que ela tinha poucas fotos, mas vamos reproduzir essas fotos em gravuras. Neste espaço vamos ter também um auditório e o prédio funcionará nos três andares”, comentou.
O equipamento de saúde buscará ser referência para o ensino de saúde pública na cidade. O projeto quer também ampliar a formação de profissionais da saúde para melhorar o atendimento à população no âmbito da gestão municipal do Sistema Único de Saúde (SUS); fortalecer o relacionamento com instituições de ensino e estudantes da saúde; promover estudos e pesquisas em áreas estratégicas da saúde de Salvador; além de promover a participação e o controle social por meio da educação popular em saúde.
A ESPS terá também biblioteca, salas multiuso e laboratórios equipados para formação de profissionais. Segundo a SMS, o objetivo da unidade será implementar ações de educação permanente, formação, estudos, pesquisas e extensão na área da saúde. A escola vai ajudar e orientar a formação de trabalhadores e estudantes do SUS Municipal – articulando e operacionalizando iniciativas de Educação Permanente em Saúde a partir das necessidades sociais, no âmbito do Sistema Único de Saúde e fomentando à articulação entre ensino, serviço e comunidade na perspectiva do fortalecimento do SUS como escola, em uma rede colaborativa e promotora de Programas de Residência em Saúde, na capital baiana.
A instituição será destinada a formação e qualificação das trabalhadoras e dos trabalhadores em saúde, tanto de servidores municipais quanto de profissionais de saúde em geral, com o intuito de promover o desenvolvimento científico, tecnológico e inovação; promoção de ações de educação popular em saúde, que incentivem a participação social no processo de formulação e gestão da política de saúde; desenvolvimento de estratégias e ações de educação digital que possibilitem a atuação dos resultados na formação de trabalhadores e estudantes do SUS Municipal.
Fonte: BAHIA NOTÍCIA