acusação de polarização não faz sentido”, diz Semer sobre escolha de Pimenta para ministro extraordinário do RS

 

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta quarta-feira (15) o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, para o cargo de ministro extraordinário de reconstrução do Rio Grande do Sul. O objetivo do novo cargo é coordenar as ações do governo federal no Estado, atingido por chuvas e enchentes. As implicações políticas desta nomeação foram discutidas no programa Três Pontos da Rádio Metropole nesta quinta-feira (16).

Um dos pontos discutidos na imprensa foi a polarização política ocasionada pela escolha de Paulo Pimenta em detrimento de outros nomes. O desembargador Marcelo Semer, convidado especial desta semana do Três Pontos, desaprovou as críticas feitas ao presidente Lula.

“Essa acusação de politização, de polarização, não faz o menor sentido. Ficou claro isso, que o governador Eduardo Leite não gostou da escolha, mas foi a escolha do presidente, não foi dele”, disse o procurador.

Semer ainda ressaltou que caso o presidente tivesse feito falas polêmicas sobre as enchentes no estado gaúcho, como foram feitas por Sebastião Melo (MDB) e Eduardo Leite (PSDB), haveria uma maior reverberação na mídia.

“Se fosse o Lula que tivesse dito que ‘a culpa dos alagamentos é de quem mora em local de risco’, como disse o prefeito de Porto Alegre, ou se ele tivesse feito a gafe do governador de dizer que ‘não precisamos de doação agora porque precisamos reavivar o comércio’, ele estaria nas manchetes sendo destruído. E na verdade toda essa questão que a mídia fala sobre o Paulo Pimenta, fica muito claro, é a mesma oposição que fez o PSDB”, disse.

“O Aécio foi o primeiro a dizer ‘Olha, não gostamos’, aliados do Eduardo Leite não gostaram, todo mundo aplaudindo e ele com aquela cara triste naquele evento, mas isso faz parte da política. Então eu acho que o Lula precisa ter ao seu lado uma pessoa em que ele confie. Eu não tenho a menor ideia se ele tem condições ou não, mas isso nem foi discutido, a questão foi a filiação partidária”, completou.

O desembargador ainda ressaltou que o maior problema que ocorreu no Rio Grande do Sul, foi a falta de atenção e investimento de verbas para programas de contenção de possíveis desastres climáticos.

Segundo levantamento feito pelo Globonews, os recursos federais para a região gaúcha para ações de reconstrução após eventos climáticos extremos totalizaram R$ 466,1 milhões de 2022 a 2024. O valor é 20 vezes o destinado à prevenção no mesmo período, R$ 22,9 milhões.

“Acho que o problema político que existe é que os políticos de lá, sobretudo os políticos do Rio Grande do Sul, governador e prefeito, não deram atenção aos técnicos, haviam uma série de questões técnicas que não resolveram. Espero que o Paulo Pimenta possa fazer isso, dar ouvidos às pessoas que são técnicas para tentar resolver a situação da melhor forma possível”, concluiu.
Fonte:METRO1

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