Postes, muros e pontos de ônibus dão espaço à publicidade irregular e levam embora beleza da cidade
Nas ruas de Salvador, encontra-se de tudo. É poste oferecendo manutenção em fogão, muro prometendo trazer seu amor de volta, ponto de ônibus anun – ciando “empréstimo na hora”. Isso para não falar das figuras enigmáticas que se tornaram conhecidas na cidade graças a esses espaço, como o casal “Mário e Grey – se Amor Prefeito”. Esta última, em parti – cular, levanta grandes mistérios para os transeuntes da capital: afinal quem é esse Mário (por aqui, garantimos que não é o Kértesz)? As pichações são campanhas políticas ou apenas um apaixonado que transforma patrimônios públicos em ou – tdoors amorosos?
Passada toda a excentricidade dos quatro cantos da cidade e as suposições curiosas, amorosas e políticas, o que fica são muros, postes e pontos de ônibus transformados em um verdadeiro mural de mensagens que enfeia a cidade, como se já não bastassem os emaranhados de fios. Misturam-se promessas milagrosas de serviços, soluções amorosas e até fa – cilidades financeiras questionáveis em uma galeria a céu aberto, um teatro de absurdos.
Se para alguns é de graça, para a ci – dade sai bem caro. O prejuízo é material, financeiro e estético. Imagine o choque ao ver sua fachada histórica favorita transformada em um mural. Pichações em prédios, vias e equipamentos públi – cos têm custado, em média, R$ 45 mil por mês aos cofres públicos de Salvador. Só no primeiro semestre do ano passado, fo – ram apreendidos 35 mil peças de publici – dade irregular nas ruas. Os responsáveis estão sujeitos a receber auto de infração e multa, que pode passar de R$ 1 mil/m². No final das contas, pichações e cartazes só deveriam ser lucrativos para quem vende tinta e papel.
Enquanto tenta-se definir o que é socialmente aceitável, o que deve ser promovido ou evitado, surge um ques – tionamento: como são conduzidas as fis – calizações diante da proliferação de tan – tos anúncios – com telefones de contato, inclusive, o que facilitaria a identificação dos responsáveis? A Secretaria Munici – pal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) afirma realizar operações diárias. No en – tanto, eles continuam poluindo a cidade e ganhando fama à custas da beleza da cidade
Fonte:Metro1