mercê do caos urbano: Com 94% da fiação aérea, Salvador pode enfrentar apagão como São Paulo?

 

Dias e dias sem energia elétrica e a culpa ficou para os galhos e a ventania. O verdadeiro vilão? A fiação aérea, que, exposta a ventos e quedas de árvores, provou mais uma vez sua vulnerabilidade, causando apagões que paralisaram a maior metrópole do país. As tempestades recentes em São Paulo deixaram milhares no escuro por dias e trouxeram de volta um assunto velho conhecido: a modernização da rede elétrica com a implementação de fiação subterrânea. Nada como o caos urbano para lembrar que o futuro ainda está pendurado em fios e à mercê de concessionárias como a Neoenergia Coelba.

Salvador, marcada por emaranhados de cabos entre um poste e outro, não poderia ficar de fora dessa discussão, afinal, por aqui, o cenário não é muito diferente. Segundo a Neoenergia Coelba, apenas 6% da rede elétrica da cidade é subterrânea. Com chuvas cada vez mais intensas, a capital baiana pode estar a um galho de distância do caos. E a promessa de melhora? Na reta final para o prazo da concessão, que vai até 8 de agosto de 2027, a empresa informou que até o final desse período está previsto o aterramento de apenas 44 km adicionais de rede elétrica.

Mas não é só o problema dos apagões que poderiam ser enterrados com a instalação de redes subterrâneas. Ao Jornal Metropole, o arquiteto Matheus Menezes explica: “essa medida previne acidentes, como eletrocussões, e protege as redes contra ligações clandestinas, o famoso ‘gato’. Sem contar a melhora da paisagem urbana, com ruas mais limpas e esteticamente mais agradáveis”.

Segurança e beleza urbana juntas? Parece sonho. E deve continuar sendo apenas um sonho, porque o que as concessionárias alegam é que a fiação subterrânea é inviável devido aos altos custos. Modernizar o sistema, pelo visto, vai doer no bolso de muita gente, seja no das concessionárias ou até das empresas de telecomunicações. Deixa então o prejuízo para os consumidores que vão enfrentar os impactos dos apagões. Se Salvador não quiser seguir os passos de São Paulo, será preciso um esforço conjunto — poder público, concessionárias e telecomunicações — para enterrar de uma vez o problema dos fios. Até lá, é melhor ter velas à mão..

Fonte:aMetro1

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